A violência contra a juventude nas periferias e a resistência das universidades estaduais paulistas em adotar políticas de cotas em seus processos seletivos são os principais temas da “Marcha da Consciência Negra de São Paulo – Cotas Sim, Genocídio Não!”. A atividade tem início às 13 horas, nesta terça-feira (20), com concentração no vão do Masp, na Avenida Paulista.
O integrante do Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra, Juninho Palmarino, destaca que a data é um importante momento para denunciar as violações de direitos e a falta de acesso a políticas públicas.
“O Dia da Consciência Negra é mais que um dia de celebração. É um dia de resistência, de reflexão e, acima de tudo, é um dia de luta.”
A Marcha ocorre em um contexto em que policiais e organizações criminosas se enfrentam e multiplicam, diariamente, o número de assassinatos. Entre o final de outubro e início de novembro, no intervalo de duas semanas, pelo menos 154 pessoas foram mortas a tiros na Grande São Paulo.
Além de ampliar o número de policiais nas ruas, o governo do estado ordenou a ocupação de comunidades. Em 29 de outubro a favela de Paraisópolis, na capital, foi tomada por mais de 500 PMs. Juninho considera que a chamada Operação Saturação acaba criminalizando pessoas inocentes.
“É uma população trabalhadora, são pessoas que saem de manhã para seus postos de trabalho e voltam à noite. Ficam duas, três horas nos transportes públicos e ainda chegam em casa num clima de medo e terror. E isso praticado, inclusive, pelo braço armado do Estado.”
Recentemente, o Comitê protocolou um pedido de Audiência Pública sobre a violência em São Paulo, exigindo a presença do governador, Geraldo Alckmin, e do Ministro da Justiça, Eduardo Cardozo. Ainda na Semana da Consciência Negra, os movimentos realizam o Ato Contra o Genocídio, na Praça da Sé, nesta quinta-feira (22).
fonte: Radioagência NP, Jorge Américo.
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