O pesquisador Leonardo Melgarejo, que representa o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNbio), participou da Mesa Redonda sobre Agroecologia e Soberania Alimentar, na tarde de quinta-feira (23), no VI Seminário Estadual de Agroecologia, em Pinhalzinho. O evento, que encerra hoje, reúne 1,7 mil participantes em debates sobre a produção de alimentos sem agrotóxicos.
Melgarejo defendeu que os transgênicos foram criados com o discurso de que reduziriam o volume de agrotóxicos, além de aumentar a produtividade. “O que vem sendo observado no Brasil é que cresce o uso de veneno. Então, cada metro a mais de área que entra na lavoura brasileira vem acompanhado de uma produtividade menor, e de uma quantidade maior de agrotóxico aplicado”, afirmou.
Para o pesquisador, as pesquisas apontam um panorama preocupante. Melgarejo explica que há uma divisão de opinião clara entre os cientistas, quando se trata da relação entre transgênicos e agrotóxicos. Um grupo desconfia dos resultados e pede mais estudos. Outro acredita que não há mais dúvidas em relação à segurança dos transgênicos e sua relação com a utilização de agrotóxicos. “Eu faço parte do primeiro grupo, e gostaria muito que a tese deste segundo grupo estivesse certa. No entanto, lamentavelmente, não é o está acontecendo”, pondera.
Entre os pontos defendidos pelo professor estão assegurar acesso público às informações relacionadas aos agrotóxicos e a realização de avaliações independentes dos agrotóxicos comercializados, já que boa parte das pesquisas só ocorre depois que o produto está sendo comercializado.
Para pensar...
Num período de seis anos, desde que os Estados Unidos começaram o plantio de transgênicos, a quantidade de agrotóxicos utilizadas aumentou mais de 100%.
Dos 50 agrotóxicos mais utilizados nas lavouras brasileiras, 22 são proibidos na União Européia.
fonte:organizadores do evento
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